terça-feira, 12 de maio de 2009

Aula 17- Representação tridimencional

História da perspectiva
M.C. Escher, “Profundidade”, xilogravura, 1955

Perspectiva é a representação bidimensional de algo tridimensional, tentando criar essa ilusão de tridimensionalidade. A Geometria Descritiva é a ciência que estuda esse fenômeno de representação.Antes do surgimento da perspectiva, as pinturas e desenhos normalmente utilizavam uma escala para objetos e personagens de acordo com seu valor espiritual ou temático. Na arte medieval o uso de símbolos era visivelmente forte. O único método utilizado para se representar a distância entre objetos era pela sobreposição de personagens, que acabavam por não ser coerentes com a realidade visual.


Os gregos foram pioneiros no uso do escorço, apesar de não conhecerem ponto de fuga, tinham resultados próximos aos da perspectiva, já com uma ilusão de profundidade.A perspectiva foi plenamente desenvolvida com os estudos do Renascimento e com a geometria descritiva no século XVIII.


Giotto foi inovador na sua representação de perspectiva, já se baseando em conceitos matemáticos para tentar alcançar uma maior coerência visual nas suas obras, determinando a distância entre linhas.


O método utilizado por Giotto foi plenamente desenvolvido por Bruneleschi por volta do século XV.Bruneleschi percebeu que as linhas convergiam para a linha do horizonte.


A perspectiva geométrica foi bastante utilizada por Donatello, que representava pisos em forma de tabuleiro de xadrez, apesar desses pisos não serem utilizados na época, mas são uma forma de mostrar profundidade na composição.


Outros nomes que foram potenciais no avanço da perspectiva são os de Leon Battista Alberti, com seu tratado “Della Pittura”, Piero della Francesca, que desenvolveu os estudos de Alberti em sua obra “De Prospectiva Pingendi” de 1474, e Leonardo da Vinci, que começou a levar em consideração, além dos raios de luz, a influência da atmosfera que há entre o observador e o observado. Ele acreditava que além do tamanho, a aparência dos objetos mudava à medida que a distância entre objeto e observador aumentava. Estes dois elementos (atmosfera e bordas dos objetos) tornaram-se fundamentais na construção de sua perspectiva. Tal forma de entender a perspectiva veio, inclusive, a ser conhecida como perspectiva atmosférica.


Perspectiva Clássica

O homem tenta representar, desde os primórdios do desenho e da pintura, realidades tridimensionais em suportes bidimensionais. Ele tenta representar a realidade e espaço na superfície destinada a sua representação.A perspectiva atual vem sendo formulada apenas a partir do século XV, com a tentativa de melhor representar essa ilusão da tridimensionalidade, retratar fielmente ela.Em um primeiro momento, essa tentativa de representação era intuitiva, o homem tenta representar tal qual vê a realidade, uma imagem. Logo, princípios matemáticos começaram a ser agregados nessa tentativa ilusória de representar com realismo aquilo a que o artista se propõe representar.“Podemos explicar o modelo matemático com a ajuda da figura 84: O olho do observador está em O; um tanto à frente dele, imaginamos um plano vertical – o quadro. O espaço por detrás do quadro é agora reproduzido ponto por ponto; para isso traça-se uma linha do ponto P ao ponto de vista O e o ponto de intersecção desta linha com o quadro é o ponto P’ que representa P. (ERNST, 1976).”





o princípio da perspectiva clássica


Albrecht Dürer, com seus estudos do lado matemático do seu trabalho, demonstra bem esse princípio com uma imagem bem conhecida, que vou mostrar abaixo.O pintor desenha ponto por ponto da pessoa que está sentada por detrás do vidro. A extremidade de uma vara vertical mantém a visão do artista fixa.

Demonstração de Dürer do princípio da representação perspectiva
Não é viável trabalhar sempre dessa forma, apesar desse método ter sido usado para solucionar alguns problemas difíceis de perspectiva.“Há regras básicas para verificar a correta representação perspectiva:1. Linhas horizontais e verticais que correm paralelas no sentido da figura, representam-se como linhas horizontais e verticais. As mesmas distâncias nestas linhas são também mostradas como distâncias iguais na imagem.2. Linhas paralelas que partem do observador, são representadas como linhas que convergem num ponto: o ponto de fuga. As mesmas distâncias nestas linhas não são representadas com as mesmas distâncias (ERNST, 1976).”Escher observou e estudou essas regras da perspectiva clássica, fazendo com que suas imagens, apesar de impossíveis, fossem convincentes aos olhos do espectador.Usando dessa perspectiva clássica e seus estudos pessoais no campo do desenho e da perspectiva, Escher conseguiu introduzir uma chamada perspectiva aérea, dando ainda mais realidade a sugestão de espaço alcançada pela perspectiva linear. Pode-se ver bem o uso do espaço e dessa perspectiva Escheriana na sua xilogravura “Profundidade”.


Imagem urbana em perspectiva ( uma esquina)

Representação da imagem em linhas de perspectiva

M.C Escher. Print Gallery, litografia - 1956.
M.c Escher "Um outro mundo II", xilogravura, 1947.

Representação da figura acima em linhas estruturais

texto autoral de: Flávia "Oldschool " Helena.
























Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oi sejam bem vindos ao meu
blog de artes visuais!
comentem, critiquem...